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sábado, 16 de novembro de 2013

POR ENQUANTO AS PREVISÕES SÃO CAUTELOSAS E DUVIDOSAS QUANTO À QUADRA INVERNOSA NO SEMIÁRIDO NORDESTINO.



O período de novembro, dezembro e janeiro, que compreende a chamada pré-estação chuvosa, deve ser de poucas precipitações para o Rio Grande do Norte e o Nordeste como um todo. A previsão em consenso, feita pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), aponta que nesses três meses, há pelo menos 40% de chance de ficar abaixo do normal. Já os meteorologistas potiguares, apesar de confirmarem a tendência, preferem esperar até dezembro para darem mais certeza sobre o comportamento climático nordestino.

A prova da instabilidade é que na semana passada, o interior potiguar foi atingido por fortes precipitações, chovendo até granizo no Seridó, mas não foram  suficientes para abastecer os reservatórios, que ainda estão sob riscos de colapso. Esse comportamento instável do clima faz com que os estudiosos locais mantenham a cautela, apesar de indicar que 2014 pode ser um ano bom para o sertão.

De encontro a isso, CPTEC, Inmet e Funceme lançaram um boletim afirmando que a ocorrência de precipitações tem 40% de probabilidade de ficar abaixo da considerada normal para cada cidade. As chances são de 35% para que as chuvas permaneçam dentro da média e de 25% para que excedam a normalidade.

O meteorologista Alexandre Santos, que trabalha na Sala de Situação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), explica que os indícios realmente apontam para uma baixa intensidade de chuvas pelos próximos meses, como aponta o boletim dos três órgãos climatológicos. Segundo ele, quem diz se vai chover ou não no semiárido nordestino é, basicamente, a temperatura dos oceanos.

No momento, o Pacífico está com as suas águas mais frias do que o esperado, o que os estudiosos chamam de “anomalia negativa”. Isso porque está acontecendo o conhecido fenômeno “La Niña”, que provoca precipitações no Nordeste e seca no Sul e Sudeste brasileiros. Baseado nesse dado, daria para dizer que não só a pré-estação chuvosa quanto o ano de 2014 seria de chuvas no sertão.

Porém, também há a dependência do Oceano Atlântico para definir se chove ou não no país. E o panorama, no momento, não é nada bom para os sertanejos nordestinos. O lado norte do oceano está com a temperatura acima do normal, enquanto o lado sul se mantém na média, como observam os meteorologistas. Esse quadro mantém as chuvas longe do semiárido.

Já é praticamente garantido que novembro não chove. Por isso o meteorologista usa como base os próximos quatro meses. “Com esse padrão ainda não é possível fazer uma previsão confiável para a quadra chuvosa (dezembro a março) do semiárido nordestino. Vamos ter cautela e esperar até dezembro para dar uma certeza maior”, afirma.

Semarh espera bom inverno para 2014, apesar de cautela

Apesar de cauteloso quanto à previsão de chuvas para o ano de 2014, o meteorologista Alexandre Santos, da Semarh, diz que se o padrão que está se desenhando desde outubro se concretizar, o sertanejo vai ficar feliz. O estudioso explica que se as águas do Oceano Atlântico norte resfriarem e no sul esquentarem, juntamente com o fenômeno La Niña, há uma boa chance de cair muita água do céu no próximo ano.

O detalhe é que a temperatura elevada no setor norte atlântico acontece porque a região é tomada pela baixa pressão. A área sul está aos poucos se resfriando devido à alta pressão constatada. A tendência é que, aos poucos, as águas quentes sejam empurradas para o sul do continente, chegando até o Nordeste brasileiro. Caso esse cenário inicial se consolide, o sertanejo vai ficar feliz com as chuvas no futuro.

“Se mantiver a condição de La Niña, e águas frias do Atlântico norte e o Atlântico sul começar a esquentar, aí teremos um ano de 2014 favorável para as chuvas no semiárido”, afirma Santos. Entretanto, o meteorologista mantém a cautela. “Esse padrão é o mesmo que observamos no final de 2011 e vimos o que aconteceu. Naquele ano, o padrão não evoluiu e tivemos uma das piores secas da história”, alertou o estudioso.

De acordo com Santos, os atuais indícios também apontam para chuva em 2014. Um deles é o vórtice ciclônico que atingiu o Nordeste na semana passada e ocasionou chuvas em algumas cidades do interior. Outro fator favorável são as chuvas constantes que vêm caindo no Maranhão, no Piauí e na Bahia. “Vamos esperar dezembro ou janeiro pra dar uma certeza maior”, frisou.

Caso realmente chova, todo o interior será beneficiado. A região Central Potiguar e Oeste devem ser atingidas consideravelmente pelas chuvas. O Seridó, como é cercado por serras, deverá ter um nível consideravelmente inferior, como normalmente acontece. No Agreste e litoral também deve chover bem.

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